Figura de São José – 2ª Parte.
É
impossível escrever uma biografia sobre São José. Os dados que o Evangelho nos
transmite são insuficientes para reconstruir uma vida. Por outro lado, o que
nos transmite o Evangelho é significativo e nos permite uma consideração
pausada, uma reflexão feita à luz da fé e tendo como base dados e fatos que
pertencem à revelação. Esses fatos foram transmitidos certamente para algo:
para nosso proveito e edificação.
Depois
da Virgem Maria, José aparece como a pessoa mais unida à Santíssima Trindade.
Sobre ele recaiu, em palavras de Pio IX, “a
missão de guardar a virgindade e santidade de Maria; a missão de cooperar,
sendo o único chamado a participar do conhecimento desse grande mistério oculto
ao mundo, na Encarnação divina e na salvação do gênero humano”. Era bem
clara a sua inferioridade em relação às pessoas que lhe iriam estar
subordinadas. E que difícil é mandar em quem é superior a nós! Se não existe
uma base de humildade bem arraigada, é quase inevitável cair no ressentimento
provocado por um complexo de inferioridade, ou no apoucamento que se procura
superar por meio de artifícios e convencionalismos.
São
José nunca tentou superar nenhum complexo. Não buscou disfarçar aquilo que
realmente é aos olhos dos outros. A sua figura tem o selo da autenticidade, de
quem se aceita como é. Não estava preocupado com o que os pensam ou digam, o
mesmo com sua ‘imagem’.
Apesar
dessa sua diferença com relação à Virgem e ao Filho, o que Deus lhe pede está
ao seu alcance. Como um chefe de família se lhe pede de cuidar do sustento e
educação dos seus. Assim, age nesse mistério de redenção que está envolvido,
limitando-se ao seu papel secundário, sem ter nada a ver diretamente com a
missão redentora do Filho, como os apóstolos, sem ambições de nenhuma espécie,
sem frustrações ou ressentimento de orgulho ferido, sem pretender sobressair do
lugar e da tarefa que lhe compete, tudo isso requeria, sem dúvida, uma
qualidade pouco comum.
É
aqui que nossa reflexão se dá conta de suas qualidades humanas e sobrenaturais
que o fizeram ser chamado de o ‘homem de confiança’ de Deus. Não estamos diante
de um homem comum, como nos poderia sugerir alguns comentários, mas se revela
como um arquétipo do que podemos chegar a ser – salvaguardando as devidas
proporções – mesmo que nossas vidas não pareçam ultrapassar a mais comum e
generalizada existência humana que em nada se sobressai aos demais. Assim afirma
São José Maria Escrivá: “Soube viver,
exatamente como o Senhor queria, todos e cada um dos acontecimentos que
compuseram sua vida. Por isso a Sagrada escritura louva José, afirmando que era
justo”. E certamente não se diz isso da maioria de nós.
Em
José, Deus nos oferece um incentivo para fomentar a nossa esperança. Porque se
não passamos de seres comuns, que nada nos distinga dos outros, sem qualidades
que nos poiam em destaque, podemos, no entanto, aspirar mais do que aquilo que
aparentemente somos destinados, por não termos qualidades especiais. “Trata-se,
e não é pouco, de desempenhar bem, acabadamente, sem que falte nem sobre, sem
excesso e sem defeito, a tarefa que cabe a cada um no plano de Deus, segundo a
sua vocação peculiar, no lugar em que a devo executar” (Federico Suarez – José, Esposo de Maria).
Ainda
que nossa luz deva brilhar diante dos homens, conforme diz Jesus, trata-se de
realizar os pequenos e vulgares deveres cotidianos, com amor e humildade, com o
fim de alegrar a Deus. Do que somos ao que nos tornamos, há uma luminosidade
natural. Pois, “nenhum homem é desprezado por Deus. Todos, seguindo cada um a
sua vocação – no seu lar, na sua profissão ou ofício, no cumprimento das
obrigações que correspondem ao seu estado, nos seus deveres de cidadão, no
exercício dos seus direitos – todos são chamados a participar do Reino dos
Céus” (São José Escrivá). E José, o último patriarca, mostra-nos como, com este
modo de viver, se pode chegar a ser um grande santo.
“Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco, Cristo tornou-se homem. Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guia-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem, e defendei-nos de todo mal. Amém!”
Papa
Francisco
Que tenhamos São Josè como modelo em nossa vida,em tudo que fizermos possamos colocarmos amor.
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