Formação – Credo III – A Redenção


1. No momento histórico de Jesus imperava o domínio romano, que na sua época e na sua concepção de mundo (menos do que atualmente) conseguiu conquistar o que muitos outros impérios tentam ou tentaram. Roma tinha mão menos pesada, pois permitia a cada povo conservar a seu governo local e suas leis, desde que pagasse os seus impostos. Para isso mantinha uma guarnição de soldados sob a ordem de um procônsul ou governador. 

- Mesmo sob o domínio romano, os judeus tinham o seu próprio Rei, Herodes, com seu próprio parlamento ou conselho chamado sinédrio. Havia uma mistura entre política e religião. Sobre esta influenciava os sacerdotes, os fariseus (“sangue azul”) e os escribas (homens da lei). Com poucas exceções, estes homens eram “políticos aproveitadores”. Tinham empregos cômodos e agradáveis, enchiam os bolsos à custa do povo, a quem oprimiam de mil maneiras. 

- Esse é o quadro político encontrado por Jesus quando iniciou sua pregação. Ao falara do Reino de Deus que queria estabelecer, gerou certa confusão nos ouvintes, que tomaram literalmente a ideia de Reino como realidade política, em vez de espiritual. Daí o desejo de fazer de Jesus o seu Rei, que expulsaria os romanos. 

- Ao saber dessa interpretação do povo, os sacerdotes, escribas e fariseus, temendo perderem suas influências políticas e vantagens, passaram a agir contra Jesus, particularmente quando este os condenou publicamente pela sua avareza, hipocrisia e dureza de coração. CIC 574. 

- Como calar Jesus? Em várias situações tentaram mata-lo, mas não conseguiam, pois não havia chegado a sua hora. É quando buscam alguém suficientemente íntimo para o entregar em suas mãos, cuja lealdade pudesse ser comprada. A hora de Jesus, chega quando o infeliz Judas se corrompe. CIC 612. 

- A angústia pela presciência da sua paixão: Jesus concedeu à sua natureza humana que provasse e conhecesse, como só Deus pode, a infinita maldade do pecado e todo seu tremendo horror. A condenação de Jesus acontece como num circo onde todo o espetáculo já havia sido planejado. Com testemunhas subornadas e contraditórias, partem de uma acusação simples: Jesus proclama-se Deus e isso era uma blasfêmia, e esta era castigada com a morte.

- Nesse espaço entra o poder romano, representado por Pilatos, pois somente eles podiam tirar a vida de um homem. Também este sucumbe às chantagens dos chefes judaicos, mesmo tentando aplacar a sede de sangue (flagelação). Conhecemos a conclusão desses fatos. 

2. A experiência de morte de Jesus abre, por assim dizer, a porta dos céus a todos aqueles que acreditaram em Deus e na sua misericórdia e que aguardavam seu sacrifício redentor, onde a glória de Deus se revelaria (a tradição chama de descida aos mortos ou mansão dos mortos). CIC 633. 

- Jesus ressuscita, como havia prometido, retornando à vida por seu próprio poder. A história prossegue com a reação judaica e a tentativa de abafar o fato de sua ressurreição. Jesus aparece a Maria Madalena e aos seus discípulos com o corpo glorificado, livre das limitações impostas pelo mundo físico. CIC 645. 

- As aparições de Jesus por um certo período ajudaram a consolidar a fé dos discípulos (CIC 643-4), completar a preparação e a missão dos seus apóstolos. O dom do Espírito prometido se concretiza, fazendo-os continuadores da missão (CIC 659-60). Finalizado esse período das aparições, ele retorna definitivamente ao seio do Pai, levando consigo sua humanidade. CIC 663-4. 

- Nossa fé nos diz que Aquele que entrou em nossa história no desamparo de Belém, retornará no final dos tempos em gloriosa majestade para julgar o mundo que seu Pai lhe deu e que ele mesmo comprou por tão grande preço.

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