“Honra teu pai, para que se prolonguem os teus dias na terra
que o Senhor teu Deus te dá” (Ex 20,12).
“Não matarás” (Ex 20,13).
Honrar pai e mãe
1. Pais e filhos têm a
necessidade de examinar periodicamente a sua fidelidade ao quarto mandamento.
Este dirige-se explicitamente aos filhos: amar e respeitar os pais,
obedecer-lhes em tudo que não seja ofensa a Deus, e atendê-los em suas
necessidades. Enquanto se dirige aos filhos, olhos os pais por cima dos ombros
dos filhos, mandando-os implicitamente ser dignos do amor e respeito que pede
aos filhos.
2. Tal obrigação, de
pais e filhos, nasce do conceito que toda autoridade vem de Deus (sejam pais,
poder civil, superior religioso, etc. – todos eles compartilham dessa
autoridade divina). Obediência a estes é obediência a Deus. Por sua vez, os
pais terão que prestar conta a Deus do que lhes foi confiado. Podemos
exemplificar algumas situações que poderiam ser negligência para com o s
filhos: a mãe que trabalha fora de casa sem necessidade; o pai ambicioso que
descarrega sobre os filhos (família) a tensão nervosa acumulada durante a
jornada; filhos entregues aos cuidados de empregados domésticos ou funcionários
de uma creche por causa de múltiplas ocupações ou distrações; levar ao lar
amigos beberrões e de linguagem solta, discutir frequentemente diante dos
filhos; descuidar do tempo e do que fazem nas mídias sociais... O negócio mais
importante da vida dos pais é cuidar bem dos filhos.
3. Deveres dos pais
para com os filhos: cuidados materiais: alimento, roupa, casa,
assistência médica. Educação: educar para a cidadania, para o amor à pátria, o
respeito as autoridades legítimas, mesmo tendo o direito de se defender da
tirania, quando esta ameaça os direitos humanos fundamentais; desenvolvimento
intelectual à medida que os talentos se revelam e a vida econômica dos pais
assim o permitem. Sua formação religiosa deve estar por trás da escolha do
local de formação dos filhos. Necessidades
espirituais e sobrenaturais: obrigação de batizar os filhos o mais cedo
possível depois do nascimento; falar-lhes de Deus; ensiná-los a rezar (cf. CIC
2225; 2226). Atitude vigilante em relação aos colegas dos filhos, leituras, diversões,
sem interferir inoportunamente, mas aconselhando ou chegando a adotar uma firme
atitude negativa, se for o caso. A vida religiosa dos pais, práticas, fazem
parte do processo de formação.
4. Uma longa lista de
deveres: Deus dá aos bons esposos a sabedoria que precisam para cumpri-los. O
amor entre eles é o primeiro passo para a educação dos filhos. Quando os pais
não se amam o suficiente, seu amor paterno torna-se possessivo e ciumento, que
busca a satisfação própria mais do que o verdadeiro bem dos filhos. E amores
assim tornam os filhos egoístas e mimados. Quando existe amor entre os pais e
pelos filhos como dom de Deus, é possível cometer muitos erros, mas não
causarão aos filhos nenhum mal permanente, porque em um lar assim o filho se
sente amado, querido, seguro.
5. Com relação aos
pais, todos temos obrigações. Rezar por eles, se já faleceram; se vivos, os
deveres dependerão da nossa idade e situação, e da deles. Varia com a idade a
situação, mas o certo é que o dever essencial de amar e respeitar os pais
obriga a todos, mesmo os filhos casados e com uma família própria. Isto se
chama dívida de amor – se os pais foram como deveriam ser – não é normalmente
uma obrigação difícil de cumprir. Nos casos em que não seja fácil estima-los
humanamente, é um dever que nos obriga em consciência. Aqui entra o amor
sobrenatural que Cristo manda ter também pelos que são difíceis de amar...
6. Pais anciãos. A
obrigação dos filhos de manter os pais indigentes ou impossibilitados é muito
clara. É necessário tratar os pais com respeito, aceitar as suas correções;
procurar os seus conselhos (os pais podem aconselhar, nunca mandar em assuntos
ligados à vocação para a vida). Na obediência é preciso temperar firmeza com
compreensão e paciência. É pecado mortal odiar os pais, bater-lhes, ameaça-los,
insultá-los, ridicularizá-los, amaldiçoa-los e recusar-lhes a ajuda se estão em
grave necessidade. A maior parte das desobediências filiais se devem ao
esquecimento, descuidados ou indelicadezas e, portanto, não atingem o grau de
consciência e deliberação necessária para haver pecado grave (CIC 2239; cf. os
números 2238 e 2240-2243).
Não matarás
1. Este mandamento
refere-se exclusivamente à vida humana. O fato da vida pertencer a Deus é tão
evidente que a gravidade do homicídio – tirar injustamente a vida de outrem – é
reconhecida pela simples razão dos homens de boa vontade de todos os lugares e
tempos.
2. O suicídio.
A gravidade do pecado de suicídio – que é tirar deliberadamente a própria vida
– é também evidente. E como o suicida morre no preciso momento em que está
cometendo um pecado mortal, não pode receber sepultura cristã. Na prática, é
muito raro que um católico tire a sua própria vida em pleno uso das suas
faculdades mentais; e, quando há indícios de que o suicídio pode ter resultado
de uma alienação mental, mesmo temporária, jamais se recusa a sepultura cristã
ao suicida (CIC 2239; cf. 2280-2282).
3. Só é lícito matar
alguém em defesa própria. Se um agressor injusto ameaça a minha vida ou de um
terceiro, e mata-lo for a única maneira de detê-lo, é lícito fazê-lo. Também
alguém que ameaça tomar ou destruir bens de grande valor. O princípio de defesa
própria não se aplica quando se é vítima de uma agressão injusta. Nunca é
lícito tirar a vida de um inocente para salvar a própria (aqui entram várias
situações: naufrágio, aborto, manipulações, etc. (cf. CIC 2270-2275). O
princípio de defesa própria estende-se às nações tanto como aos indivíduos. Em
consequência, o soldado que combate pelo seu país numa guerra justa não peca se
matar. Na prática, torna-se às vezes muito difícil para o cidadão médio dizer
se a guerra em que sua nação se empenha é justa ou não (cf. CIC
2317-2317).
4. A nossa vida é dom
de Deus, somos apenas administradores. Daí empregar todos os meios razoáveis
para preservar tanto a nossa vida como a dos outros. A agressão é também um
pecado contra o 5º mandamento (além do pecado contra a caridade), quando injusta.
Quem dirige deliberadamente o seu carro de forma imprudente é réu de pecado
grave, pois expõe a sua vida e a de outros a um perigo desnecessário. Isto se
aplica também ao motorista alcoolizado, além do pecado, pode tornar-se um
criminoso.
5. Somos responsáveis
diante de Deus pela vida que Ele nos deu, e por isso temos obrigações de cuidar
da saúde dentro dos limites razoáveis. Expor-se a perigos deliberados ou
desnecessários, não consultar o médico quando sabemos ou suspeitamos de uma
doença que tem cura, é faltarmos aos nossos deveres de administradores de Deus.
A vida de todo o corpo é mais importante que qualquer de suas partes; em
consequência, é lícito extirpar um órgão para conservara vida (Cf. CIC 2296;
2293-2295). É pecado mortal mutilar o corpo desnecessariamente, e será pecado
mortal se a mutilação for séria em si ou nos seus efeitos. A chamada eutanásia
é sempre pecado grave, mesmo que o próprio doente peça e a lei autorize. A vida
é de Deus (cf. CIC 2276-2277, ver também 2278-2279 sobre a ‘cessação de
tratamentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionais
aos resultados esperados, pode ser legítima’.)
6. Se passamos do
mundo da ação para o pensamento, vemos que o ódio (o ressentimento amargo que
deseja o mal ao próximo e se regozija do seu infortúnio) e a vingança (procurar
a desforra por uma injúria sofrida) são quase pecados mortais. Teoricamente,
podemos odiar ‘um pouquinho’ ou vingar-nos ‘um pouquinho’. Mas, na prática, não
é tão fácil controlar esse ‘pouquinho’. Há também o pecado da ira e também do
mau exemplo. Se é pecado matar ou ferir o corpo do próximo, matar ou ferir a
sua alma é um pecado maior (cf. CIC 2284; 2285-2287).
Formação maravilhosa sobre o quarto e o quinto mandamento importantissîmo,mas muita gente não leva a sèrio.Continua fazendo.Deus abençõe padre Bosco por esses esclarecimento que faz a diferença em nossa vida,nos mostrando o caminho da verdade
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